quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Entrevista com Nilton Petrone, o "Filé"

Fisioterapia é a profissão do futuro, afirma o fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé'

RIO - Responsável pela recuperação de Ronaldo para a Copa do Mundo de 2002 - que se curou de uma grave lesão no joelho e foi artilheiro da competição - e pelo tratamento de Gustavo Kuerten, em 2006, o fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé, diz que um de seus maiores prazeres é devolver o movimento a alguém que o tinha perdido. Apesar das dificuldades do mercado, ele crê que a profissão ainda tem muito espaço para crescer e que as áreas esportiva e geriátrica são as mais promissoras.

Que sugestões você daria para um recém-formado ampliar seus recursos no desempenho da profissão? (Otávio Calixto)

NILTON PETRONE: É preciso ter um tremendo conhecimento clínico e da terapia manipulativa, que consiste nas técnicas de tratamento de pacientes usando as mãos. Acredito ser o melhor e o mais importante recurso do fisioterapeuta. O recém-formado deve buscar um conhecimento mais aprofundado após a faculdade. Muitas vezes, o profissional não terá condições de trabalhar com aparelhos. Com a maca e esses conhecimentos, será capaz de atender bem. Há cursos de extensão e pós-graduação sobre o tema.

Qual a sua opinião sobre o número de faculdades de Fisioterapia? Elas realmente preparam para o mercado de trabalho? (Sergio Menezes)

PETRONE: Existem instituições particulares de excelência, mas o ensino nas públicas ainda é melhor. Os professores normalmente trabalham em esquema de dedicação exclusiva, e há um grande investimento em pesquisa. Basta olhar para o ranking do Ministério da Educação (MEC) para constatar.

Qual área da Fisioterapia está em alta? (Oziel Farias)

PETRONE: Todas as áreas estão em alta. O sucesso vai depender da qualificação do profissional e de seu engajamento. Nas grandes metrópoles, a exigência por uma especialização é maior. Já em cidades do interior, há grande demanda por generalistas. As especializações que eu considero básicas são nas áreas Neurofuncional, Traumatofuncional, Pneumofuncional, Cardiofuncional e em Centro de Tratamento Intensivo (CTI).

Existem oportunidades para fisioterapeutas que desejam atuar em outras modalidades esportivas além do futebol? (Jaime Queiroga)

PETRONE: Existem, sim. As fisioterapias esportiva e a geriátrica são as áreas mais promissoras do mercado, pois a população brasileira pratica cada vez mais esportes e envelhece. Para trabalhar com esportes, buscar especialização é obrigatório.

O mercado de trabalho está saturado? Por que a remuneração dos fisioterapeutas é tão baixa em relação aos outros profissionais de saúde? (José Demontiê)

PETRONE: Não está saturado e nunca estará. A fisioterapia é a profissão do futuro. Ninguém terá qualidade de vida plena sem a presença de um fisioterapeuta. A grande questão é que falta união na nossa classe; há um distanciamento dos órgãos que nos protegem, como sindicatos, associações etc., o que leva a uma baixa remuneração.

Vale a pena fazer Fisioterapia depois de cursar Educação Física? (Adilson Ferrari)

PETRONE: Sim, pois são áreas afins. O caminho inverso também é comum. No entanto, se o objetivo é trabalhar em educação física apenas, é melhor buscar uma pós-graduação.

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