sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Programas garantem inserção de deficientes no mercado de trabalho

Karina Costa

“Para garantir a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, as instituições governamentais e não governamentais devem estar envolvidas em programas de educação especial e profissional”. Essa é a opinião das especialistas do Ministério do Trabalho e Emprego e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que participaram de um dos debates do I Simpósio "Construindo propostas viáveis à inclusão profissional das pessoas com deficiência", na última sexta-feira (10/06).

"A falta de qualificação profissional tem sido uma das justificativas para manter as pessoas com deficiência fora do mercado de trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego já desenvolve algumas práticas para erradicar essa discriminação", afirma a coordenadora da área de educação profissional do Ministério do Trabalho e Emprego, Eunice Moraes.

Junto ao Ministério Público, a instituição discute a idéia de fazer uma verificação nas empresas para saber se os funcionários com deficiência estão de fato desqualificados. A idéia é a de incluí-los em programas de qualificação profissional e de educação especial oferecidos pelo governo.

Moraes diz que os cursos oferecidos pelo Plano Nacional de Qualificação (PNQ), por exemplo, dão prioridade às pessoas com deficiência. “Podem participar dos cursos aqueles que estão dentro ou fora do mercado de trabalho. Há cursos na área de administração, telemarketing, artes, braile, informática, entre outros," afirma.

"Temos ações pequenas e tímidas ainda, porém são alternativas que possibilitam a inserção desse público no campo profissional. É importante ressaltar que a deficiência dessas pessoas não impede que elas sejam cidadãs e que possam trabalhar," diz.

De acordo com Elisabete Fedosse, da Federação das APAEs de São Paulo, quase todas as unidades da entidade têm programas de colocação de deficientes no mercado de trabalho porém a baixa escolaridade dessas pessoas vem dificultando a inserção. "Devemos investir também na educação básica dessas pessoas. Passamos do tempo de ficar treinando os deficientes para o mercado. Queremos jovens e adultos com alta escolaridade também," afirma.

Em relação à educação profissional para pessoas especiais, Fedosse diz que as instituições que oferecem cursos de qualificação devem procurar fazer parceria com entidades privadas para garantir a certificação dessas pessoas. "Essa medida é importante, pois hoje o diploma de curso representa o que você aprendeu".

Para a representante do Ministério do Trabalho, exigir escolaridade avançada as pessoas com deficiência seria mais uma barreira que dificultaria a inserção no mercado de trabalho. "No geral, a taxa de alfabetização dos deficientes é muito baixa. Com esta prática deixaríamos de aproveitar e reconhecer os saberes dessas pessoas", acredita.

Fonte:www2.uol.com.br/

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